Maurizio Alesso: Uma história de SuperaçãoMaurizio reza ajoelhado em encontro da Cenacolo
Lyvia Jardim
Maurizio Alesso é um vencedor. Na melhor das possibilidades, um homem comum, que viu a sua vida dar um giro de 180º ao passar por uma mudança drástica: em poucos anos, o jovem usuário de drogas virou um missionário da Comunità Cenacolo e porta voz de milhares de crianças e adolescentes que só desejam uma coisa: amor, um teto, um lar. Maurizio, tal como a comunidade a qual aderiu, é italiano. Era mais um ragazzo entre muitos. Podia ter sido um médico, quem sabe? Ou um astrônomo. Veterinário. Arquiteto. Biólogo. Especialista em pizzas – não por acaso, estaria no ambiente certo: a Itália, como muitos sabem, é a terra da redonda, da semolina, dos nhoques, do ragu, do macarrão, das massas. E dos famosos gelattos. No entanto, o jovem preferiu um caminho tortuosos: o das drogas. Esta, por diversas vezes, desempenha uma trajetória sem volta, enlameada pelo vício. Maurizio estava fadado à isso. Podia ter sido mais um dentre os muitos que aparecem em manchetes nos jornais, consumidos pelo vício e pelo crime. Podia ter se juntado aos sem-nome no IML. Podia ter encontrado com a pior das fatalidades, a morte. Só não contava com a intervenção do destino, da sorte ou como profere a comunidade, de Deus. Seu caminho cruzou-se com o da Madre Elvira Petrozzi, religiosa que fundara a Comunità Cenacolo na província de Cuneo. Madre Elvira, ao longo de toda sua vida, acalentava um sonho: abrir uma instituição de apoio aos viciados. Maurizio se tornou um deles. A partir desse dia, o jovem viu a sua vida mudar. Livrou-se do vício, abraçou o catolicismo – o fio condutor da entidade - e descobriu a graça de ser um missionário. Aos que não sabem, um missionário é aquele que viaja não para fazer carreira ou por lazer, mas sim com um objetivo na babagem: distribuir uma palavra e gestos de paz, de fé, de amor aos que não tem acesso à tais sentimentos. Viaja, como diz a palavra, para cumprir uma missão. A de Maurizio ele foi descobrir algum tempo depois após a sua inclusão na Comunità. Viajou para o Brasil com a sua esposa – esta, também católica – para cuidar de crianças na Associação São Lourenço, uma das muitas ‘filiais’ da casa mãe espalhadas pelo mundo. Localizada em Mogi das Cruzes, no distrito de Taiaçupeba, a Associação cuida não somente de adolescentes, como desejara Madre Elvira, como ampliou sua gama de apoio: crianças também são aceitas na entidade. Assim, Maurizio dedicou sua vida à muitas delas, enquanto vivenciava um milagre pessoal: sua mulher, que sofria para engravidar e penara com os fatídicos abortos, engravidou de um menino. Hoje, Maurizio e a esposa, que prolongaram a estadia brasileira por ‘tempo indeterminado’, tem sete filhos biológicos e seis adotados. Treze crianças – mais as que vivem na Associação. Eles também administram a unidade mogiana da entidade. Uma missão e tanto, não é mesmo? Perfil de Alexandre Martins VOLTAR PARA A HOME |
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